A caxumba é uma infecção viral aguda e contagiosa, também conhecida como papeira ou parotidite. Causada pelo paramyxovirus da classe rubulavirus, é uma doença de distribuição universal, de alta morbidade e baixa letalidade, aparecendo sob a forma endêmica ou surtos.
Ela pode acometer qualquer tecido glandular e nervoso do organismo, porém afeta especialmente as glândulas parótidas (produtoras de saliva) ou as glândulas submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido.
A caxumba é mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade. Normalmente, a caxumba tem evolução benigna, mas em alguns raros casos pode apresentar complicações resultando em internações e até mesmo em morte.
A transmissão direta da caxumba ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. A transmissão indireta é menos comum, porém pode acontecer através do contato com objetos e/ou utensílios contaminados com secreções do nariz e/ou da boca.
A contagiosidade da caxumba é semelhante à da gripe . É importante destacar que o indivíduo infectado é capaz de transmitir o vírus cerca de uma semana antes de aparecerem os sintomas e até nove dias depois destas manifestações.
Assim, sugere-se que o paciente fique longe do trabalho ou da escola, uma vez que existe a possibilidade de contaminar outras pessoas.
É comum que a infecção em homens adultos prove orquite (inflamação nos testículos) e mastite (infecção do tecido mamário) nas mulheres.
Em um terço dos casos, a infecção não apresenta sintomas (assintomática) e adquire maior gravidade após adolescência, sendo a meningite e a orquite suas importantes manifestações e complicações da doença, mas que geralmente não deixam sequelas.
As crianças por não estarem imunizadas ainda são mais propensas a contrair o vírus da caxumba,por isso é preciso estar com as doses da vacina em dia.
Em Manaus, a meta de vacinados contra a rubéola e a caxumba está 82% abaixo, o que é muito grave por dar a possibilidade de um surto de um vírus que até então está controlado no Brasil.
As escolas têm um papel fundamental no controle da caxumba durante a infância e adolescência dos alunos, já que é nela onde eles passam uma grande parte desse tempo.
Para manter esses ambientes seguros é preciso que a caderneta de vacinação esteja sempre atualizada, prevenindo todos os alunos de doenças como a caxumba.
Pensando nisso, a beSafe criou uma plataforma de gestão de saúde, onde os diretores das escolas podem verificar e estimular a vacinação dos seus alunos, o que faria as escolas serem ambientes muito mais seguros.
A única forma de prevenção é por meio da vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, de forma gratuita, a vacina Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e a vacina tetra viral, que adiciona proteção contra varicela (catapora).
Mulheres que nunca tiveram caxumba, nem tomaram a vacina, devem procurar um posto para serem vacinadas antes de engravidar. Na gestação, a doença pode provocar aborto.
Ao longo dos anos, a vacina pode perder a eficácia, sendo possível a reinfecção do indivíduo. Para uma pessoa que adquiriu caxumba, a recomendação é procurar um médico para diagnóstico e acompanhamento.
O diagnóstico de caxumba é basicamente clínico: os pacientes com suspeita de caxumba apresentam parotidite e sintomas sistêmicos típicos, principalmente se houver um surto de caxumba conhecido. Pode-se confirmar o diagnóstico por meio de um exame de sangue, em que, em indivíduos infectados, são apresentados anticorpos contra o paramixovírus.
Não há tratamento específico para caxumba. Seu tratamento consiste em aliviar os sintomas apresentados pelo paciente. São indicados o repouso, a hidratação, dieta leve e ausente de alimentos ácidos, higiene bucal e prescrição de medicamentos para dor e temperatura (como analgésicos e anti-inflamatórios).
Nos casos de meningite asséptica , o tratamento deve ser sintomático. Nas encefalites, a orientação é tratar o edema cerebral e manter as funções vitais. Já nos casos de inflamação nos testículos (orquite) , o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.
Por mais que a maioria dos casos de caxumba tenha recuperação natural e progressiva em até duas semanas, deve-se manter alerta a possíveis complicações. O médico deve ser sempre consultado em caso de dúvidas ou surgimento de outros sintomas.